Um aprendizado incrível que o Campo das Constelações me trouxe nestes
11 anos de experiência com esta abordagem, foi o exercício da Compaixão, olhar
fatos e acontecimentos, situações de um Sistema de forma compassiva, com
compreensão, tomando de tudo o aprendizado.
Este VER além, Ver acima, Ver a Vida de forma mais serena, muito além
dos emaranhados, das dores e também podendo observar propósitos muito maiores
do que apenas as revelações das dinâmicas ocultas, que podem esclarecer as
repetições que sofremos vindas como uma avalanche poderosa que não conseguimos
controlar ou apenas mudar por nosso esforço em fazer diferente.
Ver onde somos humanos, iguais e o quanto repetimos historias de nossos
ancestrais longínquos, observar que não repetimos apenas modelos, mas sim
resultados, percebemos mudanças de comportamentos, mas mantemos crenças.
Em uma dessas experiências, uma pessoa que se tornou uma amiga muito
querida e admirável, me honrando com
confiança e permissão ao realizar uma Constelação através do meu campo de
trabalho, uma Mexicana, vivendo no Brasil, foi estimulada a mais um olhar para
suas origens, visando a reverência de seus antigos ancestrais na Terra dos
Maias e Astecas, que deixaram um imenso legado de cultura e principalmente a
ligação espiritual que mantinham em suas práticas.
Ao retornar para uma visita a sua Terra Natal, gentilmente me convidou
a conhecer, além de sua família Terrena, um tanto dessa cultura ancestral.
Uma oportunidade indescritível para mim!!
Aqui compartilho um ponto alto desta viagem, que me trouxe uma CURA.
Ao visitar Teotihuacan, que significa "o lugar onde foram criados
os deuses", uma cidade no início da Era, construída pelos Toltecas, tive
uma experiência inicial muito dolorosa, acessando memórias ancestrais de dor e
medo, logo ao entrar no sítio arqueológico, fui inundada de uma crise de
ansiedade, de uma emoção inexplicável, uma gastura...
Mas, com apoio desta amiga, dei conta de continuar o que seria, inicialmente,
apenas um passeio turístico.
Como uma viagem como esta não é comum para mim, estava eu, tão
entusiasmada, feliz e até desacreditando que um dia estaria neste lugar, que
demorei um tanto a perceber o que se passava, acho até, que só fui conceber de
fato a experiência de expansão de consciência um tempo depois.
Andamos por lá, e subi na Pirâmide da Lua, no Ápice desse lugar,
vislumbrando a vista amplamente, me deu uma sensação de deslocamento de tempo,
de êxtase, de alegria, suspirei e procurei registrar o momento, mas a ansiedade
bem presente.
Posteriormente, seguindo pelo caminho, tinha a sensação de ouvir
gritos, um mal estar, que não era apenas pelo sol escaldante daquele dia, um
cansaço no corpo, além da chateação de um vendedor ambulante, que por fim me
venceu, me convencendo a comprar artefatos, que aliás, foi bom, pois fiquei bem
feliz com a compra da linda lembrança que mantenho até hoje.
Assim, chegamos diante à Pirâmide do Sol, com o objetivo de subir ao
seu cume.
Aumentou a ansiedade, mas em meio a tantas pessoas, o sol forte, fotos,
entramos numa longa fila, e eu seguindo o fluxo natural...
Aí começamos a escalada, do primeiro patamar, com degraus altos e um
tanto estreitos, minha amiga magrinha e ágil, disparou na minha frente, eu mais
pesada, mais lenta, emocionada, dentre outras sensações, fui subindo devagar e
com certa dificuldade.
Chegando no primeiro platô, ela me esperava sorridente ao lado da fila
que continuaria a jornada de subida, mas para a sua surpresa, cheguei e comecei
a chorar copiosamente, ela me abraçou fortemente e disse: Eu estou aqui com
você...
Foi o suficiente para eu expressar, “Não quero continuar”, “Não dou
conta de subir”...
Ela amorosamente responde que não era necessário, que estava tudo bem
parar por alí...
Respirei e fomos dar uma volta por aquele patamar que atingimos.
Aos poucos fui me dando conta de tanta coisa ao mesmo tempo, que fiquei
atordoada.
Me dei conta, que eu não precisava mais atingir um determinado ponto, porque todo
mundo estava indo nessa direção, que eu não precisa dar conta porque a maioria
dava conta, que eu não precisava provar nada pra ninguém, muito menos tirar
foto mostrando que cheguei ao cume, percebi que passei muitos anos da minha
vida, me quebrando, me machucando para mostrar minha força, minha capacidade,
para ser reconhecida, ser aceita e admirada e principalmente amada.
Então eu disse: CHEGAAAA!! Não quero mais isso para minha vida...
Chega de Sacrifícios!!
Lá é um lugar de tradições de sacrifícios humanos, eu acessei essa
memória, acessei essa lembrança, ouvi os gritos de horror...
Ao perceber que era isso que me angustiava e que nada ou ninguém estava
me obrigando a nada, que apenas dentro de mim, colocava essas metas, em busca
de pertencimento e reconhecimento, uma sensação de extremo alívio e consciência
tomou conta de mim.
Minha CURA, foi dizer não ao objetivo inicial, não ao Cume e aceitar
que eu não precisaria sofrer para realizar, disse Não ao sofrimento, a Dor e ao
Medo.
Claro, não quero afirmar aqui, que deixei absolutamente tudo lá, a
despeito desta memória e compreensão.
Mas lá, eu mudei profundamente!!
Não estou mais disponível a me lançar como sacrifício...
Agora eu tomo meu lugar e digo “Não” se algo vai me ferir ou provocar
sofrimento e dor, me recolho, me afasto...
O Espiritual em mim, me liberta, me acolhe e me ensina, a cada passo da
minha jornada!! Me sustenta, me protege, mas me trata como adulto e não faz por
mim e dentro das minhas possibilidades de realizar, eu tomo o caminho...
Assim É!!
EU SOU, EU SOU, EU SOU!!
Sonia Monteiro
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