“Fomos Deuses e
nos esquecemos disso”. Helena Blavatsky nunca esqueceu a sabedoria desse
pensamento. Em seu livro A chave da Teosofia, narrou o fato de que os seres
humanos outrora foram Deuses e que, hoje têm como uma de suas missões
despertarem sua mônada, a Partícula Divina existente em todo homem, assinalando
de forma incisiva que os caminhos para o “despertar” são diversos e
extremamente pessoais.
Em sua Obra A
Doutrina Secreta Blavatsky diz que: “O carma não cria nem planeja nada. É o
homem quem planeja a cria causas, e a lei cármica ajusta o efeito. Tal
ajustamento não é um ato, mas a harmonia universal que tende sempre a reassumir
sua posição original, tal qual um galho de árvore que, puxado violentamente
para baixo, retorna com igual violência".
A Vida de Helena
Blavatsky
Conhecida como
um dos maiores espíritos do século 19, Helena Petrovna Blavatsky foi a
Fundadora da Sociedade Teosófica. Ela trouxe para o Ocidente uma série de
pensamentos que resultou no desenvolvimento do espiritualismo. Helena Blavatsky
foi uma das principais ícones da ciência e ocultismo do século 19. Seus Mestres
a chamavam de Upasika. Na Rússia, era conhecida pelo seu pseudônimo literário.
Radha Bai, e considerada por muitos a reencarnação de Para Celso. Filha da
romancista Helena Von Hahn e do Coronel Pedro Von Hahn.
Helena Petrovna
nasceu as 24 h. de 30 para 31 de Julho de 1831, em Ekaterinoslav, Ucrânia,
época em que a Europa se consumia numa grande epidemia de cólera. Sua mãe, além
de escritora, lutava pela emancipação feminina numa época em que, a mulher era
tradicionalmente submissa e se sujeitava ás proibições rigorosas da igreja. Ela
acreditava que a filha teria um destino e uma vida muito diferentes das outras
mulheres. Devido aos incidentes ocorridos na hora do seu nascimento e por
ocasião de seu batismo, quando uma vela carregada por uma criança teria
incendiado as vestes do sacerdote que realizava a cerimônia religiosa. Além
disso, Helena era sonâmbula e conversava durante o sono com as pessoas, que os
adultos julgavam serem imaginários.
Sua sensibilidade aguçada lhe permitia
muitas vezes, fazer previsões para o futuro de familiares e pessoas próximas.
Madame Blavatsky
pertencia á mais nobre linhagem da aristocracia russa, pois seu pai descendia
de velha estirpe das cruzadas de Mecklemburg, os Roltensteim Hahn. Mas isso não
a impediu o conforto dos palácios para conhecer de perto a ventura espiritual
dos homens. Aos onze anos, perdeu a mãe e passou a conviver com os avôs,
Faddef, em um grande solar e repleto de criados, na Província de Saratov, onde
seu avô era Governador. Teve, portanto, uma educação esmerada compatível com a
posição de prestígio de sua família. Falava diversas línguas e tinha excelentes
conhecimentos musicais.
Sendo condessa
de nascimento, era muito natural que o seu destino fosse o casamento
“arranjado”. Aos 17 anos, casou-se com o General Nikifor V. Blavastky,
Governador da Província Russa de Erivan, que contava na época com
aproximadamente 70 anos de idade. Tendo em vista sua formação individualista e
consciente, em grande parte por influência materna, três meses após o casamento
ela abandonou o marido e fugiu para a casa da família, que a encaminhou ao pai.
Com medo de ter que reatar o casamento, tornou a fugir e foi morar em
Constantinopla. A partir desse ponto, ela pode visitar quase todos os países da
Ásia Menor, estudando seus costumes e suas práticas religiosas. Em 1851,
completamente sem dinheiro, fixou moradia em Londres, passando a lecionar piano
para sobreviver na capital inglesa, ela freqüentou sessões espíritas e fez
parte de alguns círculos revolucionários. Mas tarde, lutou na Itália contra o
papado e ao lado do revolucionário Garibaldi. Segundo pesquisas, recebeu tantos
ferimentos que foi dada como morta no campo de batalha.
Na segunda
metade da década de 50 Blavatsky conseguiu entrar no Tibete, onde passou por um
período de treinamento com o seu Mestre. De 1860 a 1865, viveu no Cáucaso e,
durante esse período, atravessou crises psíquicas e acabou aprendendo a
controlá-las. Em 1870, Blavatsky fundou no Cairo uma sociedade espírita cuja
propaganda era feita pela Revista espiritualista do Cairo. Pouco tempo depois,
desiludida com as fraudes observadas, ela abandonou a Prática do Espiritismo.
Após três meses, resolveu partir para os Estados Unidos a fim de trabalhar numa
missão para a qual fora preparada pelos seus Mestres. Em Nova York, formou um
grupo de estudos com o Coronel Henry Steel Olcott, recém – chegado da guerra
civil que dividia seu tempo entre as lojas maçônicas e os centros espíritas, e
em William Q. Judge. Nesse grupo, transmitia aos parceiros seus conhecimentos
sobre espiritualismo. Os três fundaram a Sociedade Teosófica em 1875, com o
objetivo de propagar as idéias e conhecimentos de Madame Blavatsky, missão que
lhe fora sugerida quando ainda residia em Londres.
Após a fundação
da Sociedade Teosófica, Helena Blavatsky, considerada uma russa misteriosa para
os americanos aceitou a sugestão de A.P Sinnet, editor de Jornal the Pioneer, e
passou a realizar apresentações públicas nas quais demonstrava seus poderes
sobrenaturais para atrair adeptos á Sociedade Teosófica. Uma das apresentações
mais conhecidas e espantosas ocorreu em Nova York que, na Union Square em março
de 1877, com a presença de muitas pessoas. Helena, em menos de meia hora,
dentro de uma sala escura, executou um desenho a lápis repleto detalhes de
forma quase profissional apesar de ter poça aptidão para a arte do desenho.
Algumas histórias relatam que Helena era tão espiritualizada que, para não
levitar, vivia o tempo todo comendo e fumando charutos.
Apesar de seus
esforços, Blavatsky sofreu muita hostilidade por parte dos chamados
“Livres-Pensadores” do século 19 e foi obrigada a sair dos Estados Unidos,
levando consigo a idéia da Sociedade Teosófica de princípio para a Europa, onde
também foi hostilizada no meio cultural.
Dessa forma, decidiu estabelecer sua
sede, em 1879, na Índia na cidade de Adyar, perto de Madras. Ali também
enfrentou muitas dificuldades, porque tratava com afeição e carinho todas as
religiões locais, o que acabou criando impasses com cristãos e com os próprios
hindus. Como uma das bases de seus estudos era a ausência de qualquer tipo de
preconceito, continuou trabalhando sem dar atenção ás acusações. Apesar dos
problemas, a organização expandiu-se rapidamente, pois suas idéias convenciam
profundamente as pessoas.
Em 1884, sofreu
um ataque por Aléxis e Emma Coulomb, membros do grupo de trabalho em Adyar, que
acusavam Helena de fraude. O comitê líder da Sociedade Teosófica não aceitou
que Blavatsky processasse o casal. Desapontada, renunciou ao cargo de
secretária correspondente de Adyar e, em março de 1885, partiu para a Europa e
jamais retornou á Índia. As acusações feitas pelo casal Coulomb se
fundamentavam em supostas cartas escritas por Blavatsky com instruções para
organização de fenômenos psíquicos fraudulentos.
Na época, uma
revista de missionários cristãos publicou todas as falsas cartas. A Sociedade
para a pesquisa Psíquica, em Londres, investigou Madame Blavatsky e imitiu um
relatório acusando-a de impostora. Durante muitos anos, esse relatório foi
usado para desacreditar seu trabalho e provar a inexistência dos mestres ou mahatmas.
Abalada com toda a situação, em 1885,Helena adoeceu e foi para a Alemanha, onde
deu início ao trabalho de A Doutrina Secreta. Dois anos depois, foi morar em
Londres, quando vivenciou uma fase produtiva na literatura, além de formar e
instruir discípulos que futuramente pudessem dar prosseguimento á sua
obra.
Nessa época, os
resultados e efeitos dos injustos relatórios da “Sociedade para a pesquisa
Psíquica” sobre suas atividades paranormais já tinham sido esquecidos. Madame
Blavatsky era uma personalidade combativa em seus ideais e humildes junto aos
mestres. Sofreu perseguição dos inimigos das suas doutrinas, difamações
violentas ataques a mão armada, e até um sinistro acidente provocado abordo do
navio em que ela viajava para o Oriente, quando ao atravessar o Canal de Suez,
a embarcação explodiu. Desse acidente, repleto de vítimas, Madame Blavatsky
escapou miraculosamente.
A morte de
Blavatsky, em 1891, não representou o fim de seus ideais. Viveu de forma
coerente com seus pensamentos e ensinamentos e manteve lucidez de espírito até
os últimos momentos de sua vida. Nunca teve a preocupação de ser agradável a
ninguém e adotou como lema a frase que se tornou, mais tarde, o da própria
Sociedade Teosófica: “Não há religião superior á verdade”. Apesar de todo seu
empenho, o seu grande sonho não se realizou: a grande fraternidade humana e a
reconciliação de todas as religiões.
Sua Obra
Desde o início
de sua vida,como se fosse uma espécie de predestinação, as viagens e a
movimentada biografia de Blavatsky indicam que o principal objetivo de sua
existência era o de ser portadora de conhecimentos transcendentais da
Antiguidade Oriental, isolados e ignorados pelo Ocidente por uma verdadeira
muralha criada pela Igreja. Os conhecimentos transmitidos por Helena provocam o
alto grau de cultura e o elevado grau de espiritualidade do povo hindu. Para
alguns Ocidentais suas informações não eram interessantes, principalmente para
os ingleses, que na época se empenhavam em uma política colonialista
relacionada á Índia. Era muito desagradável para os britânicos que o mundo
Ocidental tomasse conhecimento sobre a pretensão de seu império para dominar
uma nação que, em principio, seria espiritualmente mais evoluída que a própria
Inglaterra.
Sua obra divulgava e esclarecia conceitos religiosos e filosóficos orientais até então desconhecidos pelo ocidente, desfazendo muitas idéias errôneas e dando uma luz sobre pontos obscuros e desconhecidos. De acordo coma autora, muitas vezes, em sua obra foi utilizados meios esotéricos para a composição dos textos. Seus trabalhos teriam sido escritos pelos mahatmas que utilizaram seu corpo físico em um processo chamado Tulku, que de acordo com Helena, não era igual a um processo mediúnico.
Tal fato pode
explicar, por exemplo, a observação do crítico inglês William Emmett Coleman o
qual calculou que para escrever Isís sem véu, Blavatsky precisaria ter estudado
1.400 livros por ela desconhecidos. O conteúdo mais rico da Teosofia, sem
dúvida, encontra-se nos escritos de Helena Blavatsky. São eles: Isis sem véu
(1877) A Doutrina Secreta (1888) A voz do Silêncio (1889) ocultismo. Prático,
sem contar um grande número de artigos sobre teosofia.
“Fomos Deuses e
nos esquecemos disso”. Helena Blavatsky nunca esqueceu a sabedoria desse
pensamento. Em seu livro A chave da Teosofia, narrou o fato de que os seres
humanos outrora foram Deuses e que, hoje têm como uma de suas missões
despertarem sua mônada, a Partícula Divina existente em todo homem, assinalando
de forma incisiva que os caminhos para o “despertar” são diversos e
extremamente pessoais.
TEOSOFIA
Em suas diversas Teorias,
a Teosofia defende a possibilidade de todos os homens alcançarem a evolução
espiritual na vida atual ou em outras vidas.
A palavra Teosofia é de
origem grega – (theos) Deus e (sophos) sabedoria – e significa literalmente
“Sabedoria Divina”, “Conhecimento Divino”. O termo ganhou notoriedade no mundo
contemporâneo ocidental a partir de 1875, com a Fundação da Sociedade
Teosófica, por Helena Petrovna Blavatsky, e pela grande polêmica que seus
estudos criaram no meio cultural da época.
A Teosofia é considerada
um corpo de conhecimento que responde a diversas questões que envolvem a vida:
Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? Qual a origem do Universo/ O termo foi
usado durante mais de dois milênios na civilização antes que Madame Blavatsky o
empregasse em seus ensinamentos. A Teosofia pode ser observada como o caminho
do progresso e evolução espiritual da humanidade, de forma individual ou
coletiva. Na maioria das vezes, e a ação em direção a uma vida mais elevada
sempre envolverá a luta os limites impostos pelas ordens sociais estabelecidas.
Ainda que tenha se
expressado através de uma literatura variada. Como uma doutrina orientada para
que pode ser considerado místico, a teosofia é essencialmente uma postura
prática diante da vida. É um conjunto de valores que só pode ser entendido
quando realizado. Por definição, está presente em todas as culturas e não
pertence a nenhuma delas. Helena Blavatsky, fundou a Sociedade Teosófica em
1875, em um século marcado por uma grande quantidade de novas teorias sobre a
natureza das coisas que determinaram a luta entre o passado e presente, o velho
e o novo.
Pode-se dizer que nessa
época o mundo intelectual e moral sofreram uma revolução que provocou na
sociedade ocidental o crescimento da autoconsciência. Na metade do século 19
dois novos fatores “abalaram” as estruturas culturais científicas e religiosas
que embora arcaicas, predominavam no mundo ocidental. O darwinismo e o
espiritismo. A publicação do trabalho de Darwin. A origem das espécies (1859)
provocou efeitos que podem ser observados até os dias atuais. O impacto da
teoria da evolução abalou os conceitos até então pregados pelo ensino teológico
de salvação.
De acordo com o cientista
o futuro desejável para o homem seria obtido através dos processos possíveis
dentro da lei natural da evolução. O “principio da evolução” passou a se
popularizar e entusiasmou os livres pensadores da época. Pois suas implicações
sociais e filosóficas eram quase que infinitas. Nessa mesma época, diversos fenômenos
espirituais, considerados por muitos como psíquicos. Atraíram o interesse da
população em geral. As notícias sobre as comunicações estabelecidas pelas irmãs
Fox com os espíritos, e de outros casos similares, se espalharam pelo mundo,
principalmente na Europa.
Muitos desses fenômenos
foram investigados de forma cientifica e não apenas dentro de padrões
religiosos. Em Londres, a Sociedade Dialética iniciou trabalhos nesse campo em
1869 e anos mais tarde as pesquisas se tornaram mais profundas com a criação da
Sociedade das pesquisas Psíquicas. Profundamente impressionado com esses
fenômenos. Allan Kardec passou a estudá-los profundamente. Em 1856 publicou o
Livro dos Espíritos, dando início á Doutrina Espírita que foi propagada pelo
mundo ocidental em pouco tempo.
Blavatsky, ao fundar a
Sociedade Teosófica, se tornou a responsável pela disseminação do pensamento e
da cultura oriental no ocidente. Ela dizia que onde quer que o pensamento lute
por liberdade, que idéias espirituais fossem propagadas no lugar de dogmas e
formalismos, a evolução moral estaria acontecendo. Apesar de determinar a
importância do esforço próprio em busca do crescimento pessoal e um
policiamento contra a fé cega ou o auto-engano, a teosofia defendia a Revelação
por que acreditavam na existência de seres superiores imortais e invisíveis ao
olho humano, portadores de conhecimento e grandes poderes sobre mundos.
Em suas teorias, a
teosofia acreditava na possibilidade de todos os homens alcançarem esses seres,
na vida atual ou através do processo de evolução em outras vidas. Disseminava,
portanto, a crença na evolução da humanidade e na existência de homens considerados
perfeitos, os Mahatmas, Mestres da Sabedoria. Em algum momento de suas vidas,
esses homens atingiram a evolução em estágio super-humano que lhes deu a missão
de velar pela raça humana de forma direta ou através de seus mensageiros. A
teosofia adotou concepções orientais sobre o fenômeno da morte dos seres
humanos, do carma e da reencarnação.
Segundo os conceitos
teosóficos, a evolução humana ocorre através do carma e da reencarnação
conhecida como as Leis da Responsabilidade e da Segunda chance. A Lei do Carma
é o principio eterno da justiça universal e da harmonização presente em todos
os seres e coisas do universo. A cada renascimento a alma imortal é associada a
um novo corpo. Algum tempo após a morte física, ocorre a morte astral, do eu
inferior. A partir disso, a alma imortal segue livre para o Devachan, local dos
deuses, de onde só despertará para uma nova essência.
Segundo os ensinamentos da
teosofia, as encarnações se sucedem por um longo tempo até o dia em que a alma
se liberta da roda a reencarnação e alcançam então a condição de um Mahatma, um
Adepto ou um Buddha, seres que trabalham em silêncio e anonimamente pela
humanidade. Para a teosofia o carma é uma lei eterna, imutável e inviolável que
não pode ser quebrada, pois existe na natureza das coisas.
Para Annie Besant,
importante membro da Sociedade teosófica, um teosofísta em informado diria que
não pode interferir com seu carma, mas sempre que uma lei natural está em ação,
podemos interferir nela até onde pudermos. Enquanto o homem viver de forma
negligente, flutuando apenas de acordo com a corrente, e podendo ser facilmente
sugado por qualquer situação casual, ele terá como resultado o fracasso, a
infelicidade e o azar. A lei lhe possibilita conquistar seus objetivos com
sucesso, colocando ao seu alcance forças necessários que ele deve usar.
Seu futuro sempre será o
resultado do que ele cria hoje deliberadamente. Onde existe lei nenhuma
conquista é impossível, e o carma é uma garantia da evolução humana. Uma lei da
natureza não é um mandamento, mas “um estabelecimento de condições”. Besant
afirmava que a natureza não ordena “isso ou aquilo”, ela simplesmente diz “eis
certas condições” que lhe darão “tais resultados”. Se o resultado não nos
agrada, temos liberdade de transformar as condições anteriores.
Em sua Obra A Doutrina
Secreta Blavatsky diz que: “O carma não cria nem planeja nada. É o homem quem
planeja a cria causas, e a lei cármica ajusta o efeito. Tal ajustamento não é
um ato, mas a harmonia universal que tende sempre a reassumir sua posição
original, tal qual um galho de árvore que, puxado violentamente para baixo,
retorna com igual violência".
Fonte:
Revista/ Sexto Sentido Especial
Mythos Editora –
2012 - São Paulo/SP.
Site:
(www.revistasextosentido.net)
Postado
no Blog Vontade e Pensamento
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