O encontro com a paz interior, para o mestre Jesus, é
equivalente ao encontro do pescador com a pérola preciosa escondida no fundo do
mar. Não se trata, portanto, de um encontro fácil.
O reino do qual Ele é mensageiro é sempre explicado de
maneira simbólica.
Por meio do Novo testamento, podemos intuir que Jesus
tinha um privilegiado acesso à natureza psíquica e uma grande intimidade com as
suas polaridades.
Ele nos mostra a importância de termos a pureza da pomba
e a perspicácia da serpente.
Disse Jesus:
“Os fariseus e os escribas receberam a chave do
conhecimento e as esconderam. Além de não entrarem, impediram a entrada
daqueles que queriam entrar. Quanto a vós, permanecei atentos com a serpente. E
simples como a pomba. (Rohden, 1983, p.110).”
Jesus condenava a posição religiosa dos fariseus. Para
Ele, os religiosos não tinham o conhecimento da divindade que julgavam ter. Não
reconheciam a realidade do Deus vivo. Não possuíam o sentimento religioso
transcendente que é fruto da experiência. Não conheciam o amor desinteressado e
universal que Jesus possuía.
Seus ensinamentos eram frutos da leitura literal do
Antigo Testamento. Pregavam um pesado código de ética, impossível de ser
cumprido. Assim, acabavam por afastar os homens da religiosidade genuína e
natural. Para Jesus, o discurso unilateral dos fariseus distanciava o homem de
Deus.
À Luz da Psicologia, podemos entender que o espírito puro
simbolizado pela pomba, precisa estar unido aos instintos, simbolizado pela
serpente. Na busca da transcendência, as polaridades precisam estar em
harmonia.
Era necessário que os apóstolos se mantivessem bem
atentos e críticos à visão redutiva e unilateral dos fariseus que mantinham a
divindade reduzida a um código moral do qual eles tinham “a chave”. Os fariseus
se colocavam como os verdadeiros representantes de Deus na Terra, o que causava
profunda revolta em Jesus.
Dissociados de nossos corpos e fixados à racionalidade,
perdemos a dimensão psíquica do arquétipo da grande mãe e nos distanciamos da
vida afetiva e da natureza como um todo. Somos, assim, presas fáceis da razão
dissociada do afeto. Da mesma maneira que, se a consciência estiver
identificada unilateralmente com os instintos, estará submetida a uma enorme
gama de fixações dessa ordem. Jesus era um mestre das polaridades e possuía uma
enorme capacidade simbólica.
Os evangelhos apócrifos descobertos no ano de 1945, nos
arredores de Nah Hammadi, no Alto Egito, nos revelam outras características de
Jesus. Nos apócrifos, encontramos uma grande sabedoria psicológica, o que evidencia
que Jesus era um profundo conhecedor da alma humana. Por isso, qualquer
trabalho que busque os aspectos psicológicos do Novo testamento, encontrará
também nesses evangelhos pontos em comum com a Psicologia Profunda.
Neles, o Messias cristão refere-se à várias polaridades.
Entre elas, as polaridades masculina e feminina na formação da personalidade e
a importância de integrá-las para o alcance da maturidade espiritual.
Assim, para a conquista da maturidade psicológica, o
homem deve se apropriar de sua polaridade feminina e a mulher de sua polaridade
masculina, sem que com isso se perca a identidade predominante do gênero
definido pela natureza.
As antigas tradições religiosas, entre elas o Taoísmo, se
estruturaram na observação dos conflitos e afinidades entre as polaridades,
tanto na natureza interior, quanto na natureza exterior propriamente dita.
Analogamente, os evangelhos apócrifos acentuam a importância do equilíbrio das
polaridades masculina e feminina na interioridade humana.
Podemos imaginar que o mestre Jesus tenha possuído uma
personalidade bem equilibrada nesse sentido. Nele, estavam casadas as
sensibilidades oriundas do princípio feminino com a ação masculina, tão
necessária para exercer sua árdua tarefa messiânica. Assim, para que pessoa se
desenvolver no projeto pregado pro jesus, é necessário o casamento interno dos
opostos dentro de nossa própria interioridade.
Só assim encontramos o cristo interno.
A importância da questão das polaridades na compreensão
psicológica foi incorporada pela ciência ocidental por JUNG, ao descrever os
arquétipos de anima e animus como potências psíquicas oriundas do inconsciente
coletivo oposto à identidade do indivíduo. Assim, a mulher possui um princípio
masculino e o homem possui um princípio feminino.
Daí a importância de interpretarmos não apenas os
evangelhos canônicos, mas também os evangelhos apócrifos, em busca de Jesus e
do significado psicológico de sua mensagem.
A Psicologia Profunda no Novo Testamento
Professor Roberto Rosas Fernandes
Psicólogo, Analista da SBPA, Mestre em Ciências da
Religião
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