A não-violência é a mais alta qualidade de oração.
A riqueza não pode consegui-Ia, a cólera foge dela, o
orgulho devora-a, a gula e a luxúria ofuscam-na, a mentira a esvazia, toda a
pressão não justificada a compromete.
Não-violência não quer dizer renúncia a toda forma de
luta contra o mal. Pelo contrário. A não-violência, pelo menos como eu a
concebo, é uma luta ainda mais ativa e real que a própria lei do talião — mas
em plano moral.
A não-violência não pode ser definida como um método
passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso
das armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas de
que o mundo dispõe.
Para tornar-se verdadeira força, a não-violência deve
nascer do espírito.
Creio que a não-violência é infinitamente superior à
violência, e que o perdão é bem mais viril que o castigo...
A não-violência, em sua concepção dinâmica, significa
sofrimento consciente. Não quer absolutamente dizer submissão humilde à vontade
do malfeitor, mas um empenho, com todo o ânimo, contra o tirano. Assim um só
indivíduo, tendo como base esta lei, pode desafiar os poderes de um império
injusto para salvar a própria honra, a própria religião, a própria alma e
adiantar as premissas para a queda e a regeneração daquele mesmo império.
O método da não-violência pode parecer demorado, muito
demorado, mas eu estou convencido de que é o mais rápido.
Após meio século de experiência, sei que a humanidade não
pode ser libertada senão pela não-violência. Se bem entendi, é esta a lição
central do cristianismo.
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