Compaixão
A compreensão da nossa história inicial pode nos ajudar a
distinguir entre sabedoria e dependência. Podemos refletir sobre como nossas
necessidades foram atendidas na nossa família, como foram estabelecidos os
limites, como a insegurança era tratada. Até que nos conscientizemos dos
padrões da nossa família, iremos repeti-los na nossa vida, inclusive
espiritual. Uma honesta narração da história da nossa família pode ser um
processo eficaz para distinguir saúde e dependência, respeito e medo, e
encontrar uma compaixão sábia e verdadeira.
O espaço para a compaixão é estabelecido primeiramente com a
prática da sensibilidade em relação a nós mesmos. A verdadeira compaixão surge
de um saudável senso do "eu" e da consciência de quem somos, com
pleno respeito pelas nossas capacidades, medos, sentimentos e integridade, bem
como pelos outros. Essa compaixão nunca é baseada no medo ou na piedade; é uma
profunda resposta do coração, baseada na dignidade, na integridade e no bem
estar de todas as criaturas. è uma resposta espontânea ao sofrimento e à dor
que encontramos. É nosso sentimento de ressonância mútua e de conexão natural
diante da experiência natural da perda e da dor. à medida que o nosso coração
se abre é curado, ele busca naturalmente
a cura de tudo aquilo que toca. A compaixão por nós mesmos faz surgir a
possibilidade de transformar ressentimento em perdão, ódio em amizade, medo em
respeito por todos os seres. permite-nos irradiar calor, sensibilidade e
receptividade, de maneira verdadeira e genuína, aos sofrimentos ao nosso redor.
A compaixão, às vezes, pode fazer surgir a ação, outras
vezes não. Ela não tem a finalidade de resolver problemas. Ainda assim, da
compaixão flui a ação, sempre que a ação precisa ser levada a cabo. A
verdadeira compaixão surge da percepção de que o coração tem a corajosa
capacidade de envolver todas as coisas, de tocar as coisas, de se relacionar
com todas as coisas.
Um Caminho com o Coração
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