Precisamos ver que a espiritualidade é um movimento contínuo
que vai se distanciando da compartimentação e da separação, para envolver a
vida como um todo.
Precisamos aprender, em especial, a arte de direcionar a
atenção plena para as áreas fechadas da nossa vida. Ao fazê-lo, iremos
enfrentar os padrões da nossa história pessoal, o condicionamento que nos
protege das dores do passado. Ser livre não é colocar-se acima dos padrões,
isso iria apenas criar novos compartimentos, mas sim penetrá-los e
atravessá-los, trazê-los para dentro do nosso coração. Precisamos encontrar em
nós mesmos a disposição para penetrar a escuridão, sentir nossas brechas e
deficiências, a fraqueza, a raiva ou a insegurança que emparedamos em nós.
Precisamos dedicar profunda atenção às histórias que contamos sobre essas
sombras, para ver qual é a verdade que está por trás delas. E então, à medida
que penetramos voluntariamente em cada local de medo, em cada local de
deficiência e insegurança dentro de nós,
iremos descobrir que suas paredes são feitas de inverdades, de velhas imagens
de nós mesmos, de antigos medos, de falsas idéias sobre o que é e o que não é
puro. Iremos ver que cada uma dessas coisas é feita de falta de confiança em
nós mesmos, no nosso coração e no mundo. Ao olhar através delas nosso coração
se expande. Quando a luz da consciência ilumina essas histórias e idéias, e a
dor, o medo ou o vazio que estão sob elas, uma verdade mais profunda pode
mostrar-se. Ao aceitar e sentir cada uma dessas áreas, podemos descobrir uma
genuína totalidade, um senso de bem estar e força.
Um Caminho com o Coração
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