Inicialmente o título não atraiu, pois não gosto de filmes de terror. Mas minha amiga Olivia, com quem costumo trocar indicações, recomendou está série de 10 episódios da Netflix.
É um roteiro de profundo teor psicológico, repleto de conteúdos riquíssimos do universo da mente humana, impecável no fluxo de raciocínio estabelecido.
Ao longo dos capítulos se mantém surpreendente até o fim, traz um elenco maravilhoso que se encaixa perfeitamente em seus papéis e com uma química natural nas interações.
O diretor Mike Flanagan, dialoga muito bem no seu estilo e tem outros títulos na Netflix que já pretendo assistir: A Missa da Meia Noite, A Maldição da Mansão Bly e A Queda da Casa de Usher, dentre outros trabalhos.
A trama por fim, traz de forma inteligente, os fantasmas internos de cada personagem, estabelecido pelas relações familiares, o que é muito interessante para quem gosta de observar o olhar sistêmico.
Padrões sistêmicos, os amores ingênuos, a lealdade, os papéis na hierarquia, as negações, afastamentos e muito mais.
Traz profundamente o fato de que reconhecer os traumas, validar as próprias dores, enfrentar a história do núcleo familiar é o que pode realmente restabelecer o equilíbrio mental e emocional, regenerar os vínculos afetivos, concluir ciclos, promover a união e por fim a cura daqueles que pertencem ao sistema.
Lembrando que curar, não é remover a história, e sim desocultar, compreender e cicatrizar.
Importante dizer, o roteiro não é sobre Constelação, e sim a Constelação que é uma metodologia terapêutica que observa um roteiro como este. Sobre Teia Familiar, sobre a mente humana e como cada indivíduo de um sistema absorve emocionalmente os acontecimentos.
Irmãos mais velhos, filha do meio, caçulas gêmeos, pais disfuncionais, sonhos etc
É também sobre Crenças, fragilidades, fugas, medos...
Além de que um espaço físico, também tem sua própria história entrelaçada e se torna um organismo vivo, se relacionando com seus moradores, energética e espiritualmente.
Mas cá entre nós eu acredito em “fantasmas”.
É tanto conteúdo, que leva um tempo para refletir e integrar tudo.
Recomendo até o fim e sem distração.
Sonia Monteiro
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