Desmistificar a si mesmo
Uma rigorosa honestidade, um retardamento da
gratificação, ser responsável e prudente e viver no presente.
A honestidade rigorosa, consigo mesmo, exige vencer a
necessidade compulsiva de encobrir os próprios erros e estar sempre certo.
Estar sempre certo é uma das principais questões nos acobertamentos
sobre-humanos para a mistificação. O mesmo se dá com a polaridade oposta, estar
sempre errado. O esclarecimento também é um alívio. O hábito do
automonitoramento nos ajuda a aceitar nossa responsabilidade, mas também nos
ajuda a nos soltarmos.
Retardar a gratificação exige a superação de pensamentos
de escassez e pensar de maneira positiva. Muito de nossa necessidade de
gratificação imediata vem de sentimentos de escassez. Uma voz dizendo que não
vai haver o bastante fica tocando como um disco quebrado quase audível. A mesma
voz que nos manda pegar tudo agora, enquanto podemos, porque pode ser que nunca
mais tenhamos chance de fazê-lo.
A autodisciplina é um hábito. Ela consiste em instalar um
novo discurso interior. Dizer a mim mesmo: "já é o bastante" ajuda.
Fazer perguntas como: "Quantas vezes passei fome ou não tive minhas
necessidades básicas atendidas nos últimos anos?" ajuda ainda mais. Posso
até mesmo rir quando faço uma pergunta dessas, Quando respondo, percebo como o
medo distorce meu pensamento. O automonitoramento pede que a pessoa desenvolva
bons hábitos, para ser virtuosa.
Virtudes são forças que se tornam uma segunda natureza
para nós. Uma vez que tenham sido formadas, uma vez que certo limiar tenha sido
alcançado, elas funcionam de maneira automática e inconsciente.
Esse passo ajuda a aceitar as fragilidades humanas.
Deixar de fantasiar sobre a perfeição e deixar de esperá-las. Se o
automonitoramento mostra as áreas reais de erros, posso agir e fazer algo para
mudar a mim mesmo. Errar é humano, e admiti-lo é bom. Uma vez humanizadas as
minhas expectativas, sou capaz de me apreciar mais.
A Criação do Amor - John Bradshaw
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