Reflexões de Carl Gustav JUNG
Enquanto trabalho em minha árvore genealógica, compreendi
a estranha comunhão de destinos que me ligava aos meus antepassados. Tenho a
forte impressão de estar sob a influência de coisas e problemas que foram
deixados incompletos e sem resposta por parte de meus pais, meus avós e de
outros antepassados.
Muitas vezes parece haver numa família um carma impessoal
que se transmite dos pais aos filhos. Sempre pensei que teria de responder a
questões que o destino já propusera a meus antepassados, sem que estes lhes
houvessem dado qualquer resposta; ou melhor que deveria terminar ou
simplesmente prosseguir, tratando de problemas que as épocas anteriores haviam
deixado em suspenso. Por outro lado, é difícil saber se tais problemas são de
natureza pessoal ou de natureza geral (coletiva).
Parece-me ser, este último, o caso. Enquanto não é
reconhecido como tal, um problema coletivo toma sempre a forma pessoal e
provoca, ocasionalmente, a ilusão de uma certa desordem no domínio da psique
pessoal. Efetivamente, tais perturbações ocorrem na esfera pessoal, mas não
necessariamente primárias: são secundárias e decorrem de uma mudança
desfavorável do clima social. Nesse caso portanto, não se deve procurar a causa
da perturbação na ambiência pessoal, mas sim na situação coletiva.
Tanto nossa alma como nosso corpo são compostos de
elementos que já existiam na linhagem dos antepassados. O “novo” na alma
individual é uma recombinação, variável ao infinito, de componentes
extremamente antigos.
Nosso corpo e nossa alma têm um caráter eminentemente
histórico e não encontram no “realmente-novo-que-acaba-de-aparecer” lugar
conveniente, isto é, os traços ancestrais só se encontram parcialmente realizados.
Estamos longe de ter liquidado a Idade Média, a Antiguidade, o primitivismo e
de ter respondido às exigências da nossa psique a respeito deles. Entrementes,
somos lançados num jato de progresso que nos empurra para o futuro, com uma
violência tanto mais selvagem, quanto mais nos arranca de nossas raízes.
Entretanto, se o antigo irrompe, é frequentemente anulado e é impossível deter
o movimento para a frente. Mas é precisamente a perda da relação com o passado,
a perda das raízes, que cria um tal “mal-estar na civilização”, a pressa que
nos faz viver mais no futuro, com suas promessas quiméricas de idade de ouro,
do que no PRESENTE, que o futuro da evolução histórica ainda não atingiu.
Precipitamo-nos desenfreadamente para o novo, impelidos por um sentimento
crescente de mal estar, de descontentamento, de agitação. Não vivemos mais do que
possuímos, porém de promessas; não vivemos mais a luz do dia presente, porém
perscrutamos a sombra do futuro, esperando a verdadeira alvorada. Não queremos
compreender que o melhor é sempre compensado pelo pior. A esperança de uma
liberdade maior é anulada pela escravidão do estado, sem falar dos terríveis
perigos aos quais nos expõem as brilhantes descobertas da ciência.
Quanto menos
compreendemos o que nossos pais e avós procuraram, tanto menos compreendemos a
nós mesmos, e contribuímos com todas as nossas forças para arrancar o indivíduo
de seus instintos e de suas raízes: transformado em partícula da massa,
obedecendo somente aos que Nietzsche chamava o espírito da gravidade.
É evidente que as reformas orientadas para a frente, isto
é, por novos métodos ou aparelhos, trazem melhorias imediatas, mas logo se tornam
problemáticas e ainda por cima custam muito caro. Não aumentam em nada o bem
estar, o contentamento, a felicidade em seu conjunto. Na maioria das vezes são
suavizações passageiras da existência, como, por exemplo, os processos de
economizar tempo, que infelizmente só lhe precipita o ritmo, deixando-nos,
assim cada vez, menos tempo. “Omnis festinatio ex parte diaboli est” (toda
pressa vem do Diabo), costumavam dizer os antigos mestres.
As reformas que levam em conta a experiência do passado
são em geral menos custosas e, por outro lado, duráveis, pois retornam aos
caminhos e mais experimentados de outrora, e só fazem um uso moderado dos
jornais, do rádio, da televisão e de todas as inovações feitas no sentido de
ganhar tempo.
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