9 de set. de 2015

Equilíbrio

Equilíbrio
Na vida saudável de todo ser humano deve haver troca, intimidade, comunicação, partilha, amor mútuo, prazer mútuo, o dar e o receber afeto e abertura. Ainda, todo ser humano precisa de reconhecimento pelo que faz. Mas há uma diferença enorme entre querer esse reconhecimento de uma maneira sadia e depender do reconhecimento exterior a ponto de tornar-se incapaz de viver sem ele o tempo todo.
Neste último caso, o eu começa a sacrificar sua integridade de maneiras trágicas que custam cada vez mais. O Eu verdadeiro é então traído e a busca de reconhecimento frustra a si mesma. Esse caminho dispõe de instrumentos para encontrar o seu centro, a realidade espiritual interior, profunda, e não uma fuga religiosa ilusória. Bem ao contrário, esse caminho é enormemente pragmático, porque a verdadeira vida espiritual nunca está em contradição com a vida prática na Terra. Deve haver harmonia entre esses dois aspectos do Todo. Renunciar ao viver diário não é espiritualidade verdadeira. Na maioria dos casos, é simplesmente outro tipo de fuga. Para muitos, é mais fácil sacrificar algo e punir a si mesmos do que encarar e lidar com seus aspectos sombrios. A culpa por estes últimos é incessantemente expiada por auto privações que supostamente se constituem em portas para o céu. Entretanto, essa culpa não pode ser eliminada a não ser que a personalidade se relacione diretamente com a escuridão interior. Nesse caso, o sacrifício e a privação se tornam não apenas desnecessários, mas até mesmo contraditórios para o verdadeiro desenvolvimento espiritual. O Universo é abundante em satisfações,  prazer e felicidade: os seres humanos devem vivê-los, e não renunciar a eles. Nenhuma quantidade de renúncia extinguirá a culpa por evitar a purificação da alma.

Eva Pierrakos


Nenhum comentário:

Postar um comentário