1 de mar. de 2024

O que eu não vejo não existe para mim...

O mecanismo de fuga inerente à natureza humana tende a ser bastante eficiente, e todos invariavelmente, em algum grau, fogem daquilo que traz medo, vergonha, ameaças.

Tais ameaças, inclusive, pode tratar se de aspectos sedutores do mundo, ou seja, aquilo que pode haver um desejo de realizar, entretanto não é algo aprovável socialmente.

As fugas de ameaças, provavelmente é a maior motivação para que a sociedade feche os olhos para acontecimentos importantes ao seu redor, procurando manter uma espécie de Fábula de que não existe, afinal “O Que eu Não Vejo, Não Existe para Mim ou para Nós”.

Mas enquanto sociedade específica, de um País, temos muitas histórias sórdidas, uma delas é a configuração do Hospital Colônia de Barbacena, fundado em 12 de outubro de 1903, que por várias décadas adotou critérios higienistas de pessoas marginalizadas da sociedade e métodos desumanos de supostos tratamentos, num aprisionamento chocante, um caminho para a morte.

A história contada mais recente é da jornalista Daniela Arbex, um livro reportagem que chamou de Holocausto Brasileiro, transformado em documentário e agora exibido pela Netflix. Antes deste, teve também o documentário Em nome da razão (1979), que trouxe importante denúncia sobre o local.

O documentário chega a ser sutil, mediante às práticas, como internações compulsórias, não apenas de doentes mentais, mas de homossexuais, prostitutas, amantes de políticos, crianças especiais ou ainda de pessoas (arquivos) que deveriam “sumir”, enfim assustador...

Hoje em dia, outras instituições vêm sendo denunciadas, com práticas nada curativas para pacientes adictos ou com questões psíquicas, inclusive supostamente “religiosas”.

Como sempre, o fator do poder e da fortuna, através de exploração de vidas humanas...

Ainda bem que temos também, pessoas como Nise da Silveira...

A Sociedade passou por muitas supostas mudanças, mas talvez sem mudar a própria dignidade Humana...

Quem então, serão os Loucos??

 Sonia Monteiro

 


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