29 de mai. de 2015

As 10 Qualidades da maturidade espiritual:

As 10 Qualidades da maturidade espiritual:

1) Não idealismo - O coração amadurecido não é perfeccionista; repousa na compaixão do nosso ser e não nos ideais da mente. A espiritualidade não idealista não busca um mundo perfeito; não busca aperfeiçoar a nós mesmos, o nosso corpo, a nossa personalidade. Ela não é romântica com relação aos nossos mestres ou com relação a uma iluminação baseada nas imagens da imensa pureza de algum ser especial "lá no alto". Portanto, ela não busca ganhar ou conquistar alguma coisa na vida espiritual; busca apenas amar e ser livre.
2) benevolência - Ela é baseada sobre uma noção fundamental de auto-aceitação, e não de culpa, de censura ou de vergonha pelos atos inadvertidos que comentemos ou pelos medos que ainda permanecem dentro de nós. Ela compreende que a abertura exige o sol quente da bondade. É fácil demais transformar a espiritualidade e a religião em "dever implacável". Da auto-aceitação cresce uma compreensão compassiva. Somos solicitados a tocar com misericórdia as muitas partes de nós mesmos que negamos, suprimimos ou isolamos. A espiritualidade amadurecida é um reflexo da nossa profunda gratidão e capacidade de perdoar.
3) Paciência - A paciência permite-nos viver em harmonia.  A maturidade espiritual compreende que o processo de despertar atravessa muitas estações e ciclos. Pede o nosso mais profundo compromisso; pede que "tomemos o único assento" em nosso coração e nos abramos a todas as facetas da vida. A verdadeira paciência não é vender ou se apoderar de alguma coisa; ela não busca nenhuma conquista. A paciência permite que nos abramos àquilo que está além do tempo. Buda dizia que o despertar é atemporal. Despertar não é uma questão de semanas, de anos ou vidas, mas sim um desabrochar amoroso e paciente no mistério neste exato momento. O problema com a palavra consciência, é que ela implica que estamos esperando que algo melhore, estamos esperando pela vinda de alguma coisa boa. Uma palavra mais acurada para esta qualidade é a constância - a capacidade de estar com o que é verdadeiro, momento a momento, para descobrir a iluminação momento após momento. De modo mais profundo, quer dizer que o que buscamos é o que somos, e isso está sempre presente.
4) Imediação - O despertar espiritual é encontrado na nossa própria vida aqui e agora. Na tradição zen, dizem: "depois do êxtase, a lavanderia". Ela busca permitir que o divino brilhe através de todas as ações. Estados alterados, experiências extraordinárias da mente e grandes A maturidade espiritual se manifesta tanto no imanente quanto no transcendente. Aberturas são valorizadas, não por eles mesmos, mas apenas na medida em que nos trazem de volta à nossa encarnação humana para instruir a nossa sabedoria e aprofundar a nossa capacidade de compaixão. Mesmo as mais extraordinárias experiências não têm utilidade alguma, são apenas algo para se deixar ir, a menos que estejam ligadas a este momento aqui e agora. Os estados espirituais são dignificados quando aclaram a visão e abrem o corpo e a mente, mas apenas como uma passagem para retornar ao presente atemporal. O que é encontrado, é encontrado agora. No presente imediato, a espiritualidade amadurecida nos ajuda a fazer o que dizemos: a agir, falar e tocar uns aos outros como reflexo da nossa mais profunda compreensão. descobrimos que a nossa respiração, o nosso corpo e limitações humanas são uma parte do divino.

5) Sentimento integrado e pessoal do Sagrado - Integrado na medida em que não cria compartimentos separados na nossa vida, destacando aquilo que não o é; pessoal, ao honrar a espiritualidade através de nossas palavras e ações. A prática espiritual integrada e pessoal inclui o nosso trabalho, o nosso amor, a nossa família e a nossa criatividade, subentende que o pessoal e o universal estão indissoluvelmente interligados, que as verdades universais da vida espiritual só podem emergir em cada circunstância particular e pessoal. O modo como vivemos, essa é a nossa vida espiritual. Um senso integrado da espiritualidade subentende que, se quisermos trazer luz e compaixão a este mundo, precisamos começar com a nossa própria vida. Nossa vida pessoal torna-se a nossa prática pessoal espiritual de modo mais genuíno do que qualquer conjunto de experiências que tivemos ou qualquer filosofia que adotemos.
6) Questionamento - Em vez de adotar uma filosofia ou seguir cegamente um grande mestre ou um caminho inevitável, reconhecemos que precisamos ver por nós mesmos. Essa qualidade de questionar, é a nossa investigação particular da verdade. Ela é a disposição para descobrir o que é verdadeiro, sem imitar ou seguir a sabedoria dos outros. Essa investigação talvez não nos faça ficar mais seguros de nós mesmos, mas ela pode contribuir para sermos mais honestos com nós mesmos e, assim, tornar nossa prática espiritual cheia de interesse e vivacidade.
7) Flexibilidade - A maturidade espiritual permite que, como o bambu, nos movamos com o vendo, respondendo ao mundo com a nossa compreensão e o nosso coração, respeitando as circunstâncias mutáveis à nossa volta. A pessoa espiritualmente amadurecida aprendeu as grandes artes de permanecer presente e de se desapegar. Sua flexibilidade percebe que não existe apenas um único modo de prática ou uma única tradição espiritual elevada, mas sim que existem muitos caminhos.  Ela percebe que a vida espiritual não significa a adoção de alguma filosofia, algum conjunto de crença ou tradições; percebe que a vida espiritual não é uma bandeira a ser definida em oposição a alguém ou alguma coisa. Trata-se de uma tranqüilidade de coração que compreende que todos os veículos espirituais são barcos para cruzarmos o rio em direção à liberdade.
8) Abraçar os opostos -  A capacidade de aceitar no coração as contradições da vida. Quando somos crianças, vemos nossos pais como totalmente bons, quando nos proporcionam aquilo que queremos; ou como totalmente maus, se frustram nossos desejos e não agem como gostaríamos que agissem. Um grande desenvolvimento da consciência das crianças irá, por fim, ajudá-las a ver seus pais com clareza e a compreender que dentro de uma mesma pessoa existe tonto o bem quanto o mal, tanto o amor como a raiva, tanto a generosidade como o medo. Deixamos de buscar pais perfeitos, mestres ou gurus perfeitamente sábios; deixamos de tentar encontrar aquilo que é totalmente bom em oposição ao que é totalmente mau; deixamos de separar a vítima do ofensor. Começamos a compreender que cada aspecto contém o seu oposto.
9) Relacionamento - Estamos sempre nos relacionando com alguma coisa. É na descoberta de um relacionamento sábio e compassivo com todas as coisas que encontramos a capacidade para honrá-las a todas. Podemos escolher o modo pelo qual nos relacionamos com as nossas experiências. A espiritualidade amadurecida é uma aceitação da vida no relacionamento. Com disposição para nos relacionarmos com todas as coisas da vida, entramos num espírito de prática cheio de graça que vê todas as coisas como sagradas. Nossa vida familiar, nossa sexualidade, nossa comunidade, a ecologia da Terra, a política, o dinheiro - nosso relacionamento com cada ser e com cada ação torna-se a expressão do sagrado. Cada ato tem significado e todos os nossos encontros estão relacionados com a totalidade da nossa vida espiritual. Do mesmo modo, o zelo e a compaixão com que nos relacionamos com as dificuldades e com os problemas que encontramos são a medida da nossa prática. A maturidade espiritual honra a comunidade humana e sua total interconexão. Nada pode ser excluído da nossa vida espiritual.

10) Simplicidade - Qualidade daquilo que é comum. A simplicidade é tão somente uma presença neste momento que permite ao mistério da vida revelar-se. A simplicidade é o caminho que abrimos para o milagre de todos os dias. Embora possamos honrar a capacidade da consciência para criar uma variedade infinita de formas, para a simplicidade importa aquilo que está aqui e agora. Esse é o mistério simples de respirar e de andar, o mistério das árvores da nossa rua ou de amar alguém próximo a nós. A simplicidade não está baseada  na conquista de estados místicos ou de poderes extraordinários. Não busca tornar-se algo especial; apenas se esvazia e ouve. A simplicidade da vida espiritual surge de um coração que aprendeu a confiar, surge da gratidão pelo dom da vida humana. Quando somos apenas nós mesmos, sem pretensão ou artifícios, estamos em repouso no Universo. Nessa simplicidade não existe superior ou inferior, nada para consertar, nada para desejar, existe somente uma abertura para amar e compreender as alegrias e os sofrimentos do mundo. Esse simples amor e compreensão trazem bem estar e paz de coração em todas as situações. Trata-se da descoberta de que a salvação está no que é simples. Assim como a água, que acha seu caminho por entre as pedras ou as desgasta aos poucos e, gradualmente, desce para retornar ao oceano, assim essa simplicidade nos conduz ao repouso.

Um Caminho com o Coração


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